Descobrir que é brasileiro na terra de seus pais: o Japão !

Para muitas pessoas que nao tem idéia de Japão, o relato do jornalista Ewerthon Tobace, colaborador da BBC Brasil, trás algumas indagações que merecem ser observadas pelos pais em relação as crianças, em relação a contribuição previdenciárias, em relação a plano de futuro – se é que existe planos para para quem apenas ganha o mês trabalhado e nao lhes é garantido nenhuma direito.

Ler esta matéria nos faz pensar se estamos sendo melhores que nossos avós ou estamos apenas sendo mais um peso morto no Japão, vendendo nosso almoço para comprar o jantar.

Estamos nós melhores que nossos pais e avós que escolheram a vida do outro lado do mundo? Estamos mais evoluídos que nossos pais e avós foram estão no Brasil ou ainda depois de quase 30 anos ainda somos os semi-analfabetos limitados a viver em guetos para estrangeiros? Qual nossa posição junto a sociedade japonesa?

Qual nossa real identidade, somos os japoneses no Brasil e brasileiros no Japão? Com a nacionalidade de nossos filhos perante a sociedade japonesa? Temos os mesmos tratamentos como nossos pais e avós possuem no Brasil? Estamos perto de alcançar os mesmo direito de tratamento ou ainda teremos que esperar mais 25 ou 125 anos?

Leiam partes do Texto e reflitam a respeito:

‘No Japão, terra dos meus pais, descobri que sou 100% brasileiro’

” Pesado, sujo e perigoso

Oficialmente, o movimento de retorno teve início em junho de 1990, com a mudança na legislação de imigração japonesa.

A partir daquele ano, os descendentes nipônicos ganharam o direito a um visto temporário de longa estada, que permitiu a atividade econômica no país.

Mala foi feita para uma longa estada na 3ª ida ao Japão – já se passaram 14 anos
Estes pioneiros carregavam na bagagem, além de roupas e mantimentos – enlatados, café, feijão e embutidos para não sentirem saudades da comida brasileira –, muita esperança.

Não se importavam com o emprego, desde que ganhassem bem. Afinal, o objetivo da maioria naquela época era juntar uma boa poupança e, no máximo em três anos, voltar ao Brasil.

Desempenhavam funções caracterizadas pelos japoneses como três “k” – kitsui (pesado), kitanai (sujo) e kiken (perigoso). Posteriormente, os próprios brasileiros incluíram mais dois adjetivos: kibishi (rígido) e kirai (desagradável).

Passados 25 anos, o cenário mudou bastante. Agora, os brasileiros que chegam ao país não levam mais mantimentos nas malas. Com o crescimento da comunidade, surgiram as lojas de produtos brasileiros, que suprem todas as necessidades.

Talvez a principal característica em comum seja a vontade de voltar, um dia, ao Brasil. Porém, o retorno é sempre adiado, e estes imigrantes acabam se tornando permanentemente temporários no Japão.
Mas há também uma grande parcela que toma passos concretos para ficar em definitivo no país, como comprar casa própria, buscar o visto permanente ou mesmo a naturalização japonesa.
Para os que continuam a fazer a ponte aérea Brasil-Japão, o principal motivo é o econômico, mas há aqueles que já não conseguem mais se readaptar ao país natal.

Adaptação ao país

Confesso que a cultura japonesa não é tão fácil de se assimilar e, mais ainda, de se acostumar. É preciso ter muita paciência para entender tantas regras sociais.
Principalmente quando se tem aparência física de japonês mas atitude de brasileiro, que é o meu caso e o da maioria dos conterrâneos.

Tanto que, no começo, os problemas decorrentes da chegada dos brasileiros ao Japão se resumiam basicamente a atitudes que demonstravam claramente a falta de conhecimento da cultura e dos hábitos locais.
Hoje, estas questões ainda provocam calorosas brigas entre vizinhos, mas os principais problemas são outros. Educação, violência e previdência estão entre os temas mais discutidos nos últimos anos.
Afinal, qual será o futuro das crianças chamadas pelos pesquisadores de “duplamente limitadas” ou “semilíngues”, ou seja, que não possuem domínio em nenhum dos idiomas (japonês ou português)?

Ou então das que estudam em escola brasileira, com a esperança de voltar ao Brasil para continuar os estudos, e acabam permanecendo no Japão? E aquelas que são educadas como japonesas e crescem em meio a conflitos de identidade?

E mais: o que fazer para conter o alto índice de violência na comunidade? E os adultos, que estão envelhecendo e não têm nenhum plano de aposentadoria lá ou no Brasil?

Os governos dos dois países batalham para resolver os problemas. A embaixada do Brasil em Tóquio possui inclusive uma seção, chamada Comunidade, inexistente em outras representações brasileiras no mundo.
O diplomata que assume o cargo tem como tarefa principal discutir, na esfera política, assuntos ligados à comunidade brasileira que vive no arquipélago.

Em 2010, por exemplo, após anos de negociação, os dois países assinaram um acordo previdenciário.”

Ewerthon Tobace -De Tóquio para a BBC Brasil

Leiam o texto completo no link abaixo:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/06/150512_depoimento_decassegui_ewerton_lab?ocid=socialflow_facebook
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