MINISTRO JAPONÊS PEDE QUE EMPRESAS CONCEDAM MAIS AUMENTOS SALARIAIS AOS TRABALHADORES EM 2016

O ministro japonês Kozo Yamamoto afirmou que estuda agora estratégias mais drásticas de crescimento, como metas salariais. Ele disse (e eu interpretei) o seguinte:

• “O povo japonês ainda não se livrou da mentalidade deflacionária” — mentalidade que evita consumir, acreditando que os preços cairão adiante;

• “O governo precisa impulsionar a demanda” — isto é, incentivar o povo a gastar, interferindo nas preferências temporais dos indivíduos, se preciso;

• “minha definição de revitalização regional é elevar o salário médio” — seria uma forma de aumentar o consumo, a demanda, gerar inflação, aumentar a arrecadação de impostos atrelados ao consumo.

E quem é este ministro dono dessa maravilhosa ideia de “aumentar salário”?

Segundo matéria publicada na IstoÉ, citando a fonte ‘Dow Jones Newswires’: “Yamamoto é um dos grandes defensores de que o governo precisava de uma combinação de políticas monetária e fiscal para acabar com a deflação no país. Suas ideias ajudaram a formar aquilo que ficou conhecida como “Abenomics”. No entanto, apesar dos trilhões de ienes gastos desde que Abe chegou ao poder, em 2012, os preços ao consumidor tiveram pouca melhora […] Para Yamamoto, o governo deveria discutir a ideia de metas salariais como forma de conquistar a deflação.

E qual a minha opinião sobre tudo isto?

Em relação ao pedido de aumento de salário por parte do governo, se aumentarem, aumentarão salários de efetivos (Shain), e olhe lá se de fato aumentarão de forma significativa mesmo — tenho dúvidas quanto a isto.

De todo modo, aumentando consideravelmente ou não, o número de trabalhadores efetivos está sendo reduzido cada vez mais, e no lugar estão priorizando a contratação de terceirizados – menos ônus para as empresas contratantes – que hoje representa mais de 40% da força de trabalho no Japão, e a tendência é só aumentar.

Um outro ponto…

Em relação ao aumento de mão de obra qualificada, se esta ainda fosse contratada em pé de igualdade, até mesmo em relação aos temporários com status de residência permanente, ainda vai. Mas estão de olho em mão de obra barata, como os “estagiários” asiáticos, que vêm com visto de três anos; uma mão de obra rotativa, que não finca raízes, não traz ganhos significativos para a economia do país por não participarem do mesmo nível de consumo dos residentes fixos, então, eles só suprem a necessidade momentânea da indústria e ajudam a reduzir os custo de contratação das empresas, nada mais.

Mais outro…

A política de desvalorização do iene introduzida pelo tal “Abenomics” já se mostrou uma grande furada, foi só pressão e propaganda do PLD. Desvalorização de moeda na ordem de 50% como foi feita pelo Abe, só seria benéfica em economia autossuficiente em matéria-prima. Pelo fato de o Japão ter de importar muito, a política de desvalorização da moeda local se transformou num verdadeiro “toma lá, dá cá”, ou num “trocando seis por meia-dúzia”. Não resolveu nada. Japão continua em recessão.

Qual a solução para o Japão?

Só a abertura para mão de obra estrangeira em pé de igualdade de direitos resolveria.

Isto traria mais consumo, mais nichos de mercados para empreendedores, como também incitaria as pessoas que se sentissem ameaçadas pela mão de obra nova a inovar, empreender, visando até mesmo atender esses “novos imigrantes”.

Alterar a constituição. Reconhecer os filhos de estrangeiros nascidos no território japonês como japoneses também seria de grande incentivo para o futuro do país.

By Connexion.tokyo Team