“Jovem Nipo-brasileiro é preso por assaltar Loja no Japão.”

Jovem Nipo-brasileiro é preso por assaltar loja no Japão”

“Tinha de ser ‘nipo-brasileiro’ mesmo…”

Se a primeira frase fosse título de alguma manchete, certamente, a palavra “nipo” precedendo “brasileiro” causaria estranheza no público leitor da mídia “nipo-brasileira” local.

Diferentemente da mídia japonesa, que se refere a brasileiros que cometem crimes como “nikkei burajirujin”, a mídia comunitária tende a omitir a relação de descendência nipônica ao relatar esses tipos de casos.

Então, ao mencionar “brasileiro comete crime”, “brasileiro faz isso ou aquilo na Japão”, esse tipo de manchete já soa como berrante arregimentando os desavisados que logo infestam os comentários no facebook bradando com ar de indignação: “tinha de ser brasileiro mesmo!”.

Ora, e o lastro de descendência, não entra na conta?

Eu prefiro o modo japonês de tratar: “nikkei burajirujin”.

Esses nipo-brasileiros que tentam se distanciar ao máximo da ideia de ser brasileiro também, quando leem matérias sobre crimes, deveriam estudar um pouco mais a história da sua própria gente, digo, dos japoneses que foram para o Brasil.

Se estudassem a fundo sobre a imigração japonesa, saberiam que japoneses, no contexto imigratório no Brasil, cometeram muito mais crimes do que brasileiros no Japão, seja em quantidade, tipos e intensidade.

Esses japoneses marrentos que estampam a foto abaixo, por exemplo, foram ícones da selvageria em “terras brasilis” nos idos da década de 40 e 50.

Mas existe quem pensa que no Brasil os japoneses foram sempre pacíficos, que sempre respeitaram regras e a cultura local, que viviam em harmonia entre si e com os demais, que na colônia só havia gente trabalhadora e honesta, que deram menos trabalho do que os brasileiros no Japão… Sabe de nada, inocente!

Entender o contexto migratório e saber que leva tempo para que uma comunidade estrangeira se integre perfeitamente na sociedade local, é o mínimo que nós, imigrantes, devemos compreender para não sentirmos vergonha desnecessariamente; a grande maioria é formada de pessoas honestas e muito trabalhadora.

Portanto, fique sabendo que essa autodepreciação da imagem por conta de um ou outro caso envolvendo crime não contribuirá em nada para a integração dos nipo-brasileiros no Japão. Lembre-se que, se comparado ao que japoneses fizeram de ruim no Brasil, ainda somos “bons exemplos” como imigrantes.

“Ah, mas e esses que aprontam aqui?”

Vai vê são descendentes de alguns selvagens nipônicos, a exemplo dos 7 na foto abaixo, que atormentaram o povo lá no Brasil no início da imigração japonesa.

By Connexion.tokyo Team