Comprando casa no Japão usando a coerência!

“Comprando minha casa no Japão!

Relato de um leitor da ‘Japão para pensar antes de imaginar’ sobre as vantagens econômicas de se financiar um imóvel usado.

“Vou colocar aqui minha experiência pessoal.

Comprei minha casa no começo de 2008 um pouco antes da crise. Naquele ano, os preços estavam altos, uma casa nova na região onde moro estava na faixa de 24 milhões de ienes.

Vi várias casas novas, mas os valores de prestação me incomodavam, apesar de estar recebendo bem e estar trabalhando há 6 anos no mesmo local.

Na época, lia um blog de uma cara chamado Luís Nassif, lá ele falava de crise mundial que estava por vim e por vim e que acabou vindo mesmo.

Diante disso, na época, tomei a decisão de que a prestação teria que caber em um salário de teiji (40 horas semanais) junto com todas as despesas.

A imobiliária disse que eu tinha pelo meu gensen (comprovante de renda anual) uma renda alta e que poderia financiar até 40 milhões de ienes.

Mas não me deixei seduzir pelas lindas casas e nem pelo vendedor, coloquei essa meta de que a minha prestação mais minhas despesas deveriam se encaixar no meu salário de teiji.

Com esse objetivo na cabeça comecei a correr atrás de casas. Então percebi que com o valor de prestação que eu queria só conseguiria comprar casas usadas; aí já foi mais uma luta, pois quando a casa tinha boa localização era ruim e por aí vai.

Com muito custo achei a casa que eu moro hoje, ela não é tão bonita quanto muitas casas de amigos meus que compraram na mesma época, mas muitos deles no auge da crise tiveram que largar a casa e voltar ao Brasil ou decretaram falência.

Eu também fui demitido na época e também passei alguns apertos, mas como a minha prestação era baixa, foi bem mais tranquilo. Hoje vejo que foi a melhor decisão que tomei.

Aos poucos eu mesmo vou fazendo algumas reformas; coloco a mão na massa mesmo, não contrato ninguém. Pesquiso na internet, vejo vídeo de como fazer, vou nas lojas, pergunto e aí vou fazer as minhas reformas que sai muito mais em conta do que ter que pagar alguém.

As reformas faço quando dá e quando sobra dinheiro, diferente de uma prestação alta e quando você não tem dinheiro, você é obrigado a pagar.

A minha prestação hoje está em ¥48.000, que para mim é bem tranquilo. Passeio, saio para balada, vivo minha vida tranquilamente, também invisto em ações no Brasil.

Casa nova é bom, mas cada um sabe onde o calo aperta. Cada um tem direito de escolha e também de arcar com as consequências da escolha.

Para mim, a melhor escolha foi uma casa usada, mas para outras pessoas não interessa o valor da prestação, e sim o gosto de morar numa casa nova. Respeito essa escolha e digo também: “é uma boa escolha.”

O importante é as pessoas fazerem as escolhas dentro das possibilidades e pensando no futuro.” (C.C, Gifu-Ken)

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By Connexion.tokyo Team