Vejamos: a cifra de US$ 200 milhões foi a média histórica de remessas enviadas mensalmente para o Brasil por brasileiros no Japão, entre 1990 a 2004. A marca de US$ 4 bilhões foi a maior registrada num único ano. Depois deste período, as remessas caíram drasticamente, primeiramente, e principalmente, pela alteração do modo de vida dos brasileiros no Japão, e num segundo momento pela crise de 2008-2009 – sobre a alteração do modo de vida dos brasileiros no Japão.
Durante a década de 90, era comum entre os casais brasileiros o seguinte princípio de economia doméstica: o salário do marido era poupado e o da esposa era utilizado para cobrir as despesas, vice-versa. Dados apontam que, a cada ¥500 mil gerados pelos brasileiros nesse período, ¥200 mil eram enviados para o Brasil. Éramos verdadeiras máquinas de “fazer dinheiro” para o Brasil!
Sendo assim, não podemos desconsiderar que durante muitos anos as remessas feitas daqui para o Brasil foram volumosas; segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Banco Central do Brasil, foram as maiores dentre as comunidades brasileiras no exterior, mesmo a comunidade no Japão sendo a terceira em quantidade de brasileiros fora do Brasil – estes dados podem ser conferidos no relatório do diplomata João Pedro Corrêa Costa, no livro ‘De decasségui a emigrante’ (2007), editado e distribuído pela Fundação Alexandre de Gusmão, ligada ao Itamaraty (MRE).
Se analisarmos a fundo, veremos que a receita gerada para o Brasil por nossa comunidade foi maior do que a de muitas cidades brasileiras – busque no Google a lista do PIB – Produto Interno Bruto – dos municípios brasileiros e compare com os dados citados acima.
E mais… Ainda hoje, além de arcarmos com nossas contribuições fiscais aqui – impostos -, muitos de nós pagamos impostos no Brasil, seja nas movimentações financeiras das remessas (DOC, IOF, TED), em IPTU e outros encargos. Além disso, alguns geraram empregos no Brasil por meio de empresas abertas com o capital enviado daqui e administradas por parentes.
De certo modo, o Brasil LUCROU, e muito, por meio dos brasileiros no Japão, e estes não foram de forma alguma, até o momento, onerosos para o Brasil.
Enfim, percebe-se, hoje, que a comunidade brasileira no Japão foi por muitos anos uma potência econômica desprezada por governantes brasileiros, e que, por passividade, se deixou ser desprezada também.
Para finalizar… Seria bom se os ‘servidores públicos’ na embaixada e nos consulados, mais conhecidos como “autoridades diplomáticas” – figuras frequentes nos coquetéis, formaturas e festas da comunidade, e eficazes para aumentar as taxas consulares – tivessem esses dados em mente, tendo ciência que as ações do governo brasileiro em prol da comunidade, até agora, não se comparam ao que esta comunidade já fez pelo Brasil.
Certo, servidores?
By Connexion.tokyo Team
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