Mãe e filha na província de Gifu lutando contra o Bullying (Ijime) no Japão.

A realidade que se vive no Japão é bem diferente do que se vive no Brasil. São 2 países totalmente diferentes em tempo de formação, histórias e costumes.

Hoje muitas famílias estrangeiras fizeram suas escolhas, estão vivendo ou no Japão ou em outro paíis com seus filhos. As crianças já encontram-se integradas a sociedade japonesa muito mais que seus pais. O sistema de formação cultural da criança, por mais que a família se esforce acaba sendo onde a crianças tem mais convívio, passa seu maior tempo e consegue ter seus diálogos mais compreendidos e suas ideias mais aceitas e onde existe a maior troca de diálogos e reflexões, seja em casa ou escola.

Hoje já temos casos de muitos jovens brasileiros que falam muito mais o japonês do que o português. São capazes de se expressarem em japonês e apenas compreenderem o português falado.

Cabe aos pais a dura e árdua tarefa de suprir a falta de um família normal – avos, tios, primos e outros agregados que contribuem para a harmonia família que as famílias brasileiras sempre possuem -, cabem aos pais serem uma família completa a seus filhos, um esforço que merece toda honra do mundo quando conseguido.

Hoje ja vemos muitos bons exemplos na comunidade de pais que se dedicaram a seus filhos. Estamos trazendo um exemplo de uma mamae e sua filha que fez um trabalho sobre bullying – (em japones “ijime”).

Devido a grandes cargas horarias, a trabalhos exaustivos e cansativos, muitos pais perdem alguns momentos importantes com os filhos. Sentar a mesa e fazer uma refeição diária conversando com os filhos sobre o dia, os estimulando a leitura de livros é o minimo que os pais que moram no Japão ou exterior devem fazer com seus filhos. O mesmo estarem atentos a mudanças de comportamento e acompanhar o desenvolvimento do filho na escola estudando junto com o mesmo.

Este site estará sempre aberto as pessoas que desejam compartilhar suas historias a fim de somar experiências e troca de conhecimentos entre todos. E aqueles que desejam se fazer ouvir por se sentirem oprimidas, ofendidos e por aqueles que desejem contar suas historias agregando conhecimentos e conhecimentos a todos.

Fala da mãe:

” Meu nome é Gicelle Francine Santos Oliveira tenho 31 anos , moro na província de Gifu Sou mãe da Tamyres Julie Santos Oliveira. A Tamyres tem 14 anos quando nós chegamos aqui no Japão ela estava com três anos de idade , logo colocamos ela em uma creche brasileira , mais ela não se adaptou então resolvemos colocar ela em uma creche japonesa com a condição que ela não esquece-se sua língua materna.

Sempre que ela chegava em casa eu pedia para me contar como foi seu dia ela começava a falar tudo em japonês eu conversei com ela e pedi para ela fala só em português em casa , ai com o tempo ela já sabia separar O japonês e o português .

Quando ela já estava no 3 ano do chogakoo ela sofreu um pouco de ijime mais como sempre conversamos com ela logo nos contou o que estava acontecendo,fui a te a escola e conversei com os professores e também conversei com a Tamyres à orientei pois existe vários tipos de ijime, pedir para ela sempre falar independente do que acontecer ou se ameaçarem,logo foi resolvido e se tornaram amigas .

Quando ela entrou na 4 série colocamos ela na escola brasileira aos sábado para estudar português aprender a ler e escrever. Quando ela fez 12 anos nos perguntamos para ela se ela queria fazer um teste de proficiências da língua japonesa N3 ela se empolgou com a ideia e começou a estudar depois das aulas os professores a ajudaram , no dia do teste conversamos com ela e dissemos independente da nota que você tirar estaremos aqui para apoiar você sempre ,depois de 3 meses o resultado chegou quando abrimos o certificado ela avia sido aprovada com nota máxima a alegria contagiou a casa ela ficou muito feliz e nós muito orgulhosos. Agora com 14 anos ela quer fazer o teste de novo N2 Estaremos lá para apoiar – lá.

A pouco tempo atrás ela chegou em casa falando que teria que fazer um trabalho sobre conscientização, ela escolheu o tema ijime para fazer esse trabalho , Perguntou para mim o que eu achava e se eu poderia ajudá-la, dei minha opinião conversamos muito sobre esse tema para que ela conseguisse fazer o trabalho ,ela perguntou para uma amiga e para as pessoas da família sobre o assunto ijime assim foi fazendo seu trabalho ,

Fiquei admirada com suas pesquisas e seu empenho para esse assunto ela criou um design e terminou seu trabalho , quando vimos tudo pronto decidimos não deixar apenas na escola e sim divulgar para outras pessoas . Ela já fez vários trabalhos com temas importantes como cigarro faz mal à saúde, suicídio,guerras , ela sempre diz quero fazer alguma coisa para mudar tudo isso .

A Tamyres sempre foi estudiosa e esforçada ela desde pequena fala que se formará em medicina ela quer ser pediatra , a 2 anos atrás pediu para colocá-la em uma escola para aprender inglês perguntei porque ela disse já estou estudando japonês , português agora só falta o inglês,por que quando me formar vou poder atender a todos igualmente . Nós acreditamos nela e espero sinceramente que ela consiga realizar seus sonhos ,agradeço a todos pela atenção obrigada.” (SIC)

Fala da filha:

“Quando tinha 9 anos pela primeira vez sofri um ijime. Até esse dia eu nem sabia que existia isso. Mas depois disso comecei a pensar mais sobre o ijime. Pois agora eu sei que no mundo existem pessoas que sofrem mais do que eu sofri. E muitas delas começam a se fechar para os outros. Ficar sempre com medo de sofrer a mesma coisa, para não ser excluído se pinta da mesma cor do seu redor como um camaleão.
Eu não quero isso. Eu quero que todos vivem em paz, tranquilo e feliz. Por isso que fiz esse trabalho. Para acabar com o ijime e lembrar as pessoas que não importa o estado físico e mental, se a cor da pele é diferente, se a língua que fala ,ou se a religião não é igual. Ninguém é igual.

Todos tem uma diferença de um ao outro. Já pensou se todos fossem iguais? Fazendo a mesma coisa? Como seria chato. Todos diferentes mas todos são seres humanos.

Por fora somos todos diferentes mas por dentro todos iguais. Existe vários tipos de ijime. ultimamente está tendo muitos casos de suicídio. Isso me entristece muito. Porque muitas vezes o motivo é visto como o ijime. Mas nós temos que enxergar que não é só o ijime que leva ao suicídio.

Existe a falta de atenção dos pais, a falta de diálogo ou dar mais valor à sua vida. O que quero passar para as pessoas que estão sofrendo e estão desistindo da sua vida é , Tirar sua vida só fará que pessoas próximas de você ,seus familiares seus amigos sofram você pode está pensando que se você morre as pessoas que estão te ferindo vão sofre mais a maioria delas só vão arrumar outro para fazer a mesma coisa então no final você não fez nada para mudar.

Quando você não estiver se sentindo bem procure ajuda ,não desiste de viver você poderá ajudar muitas pessoas com sua experiência faça alguma coisa para tornar o mundo melhor .lembre-se as suas atitudes podem mudar uma vida.” (SIC)

Texto enviado por mamãe e sua filha a nossa equipe.

Parabéns Tamyres, parabéns mamãe pelo esforco de acompanhar sua filha e estar presente mesmo já sendo uma adolescente.

By Connexion.tokyo Team

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