Sou um dekassegui assumido. Vim para o Japão em busca de fazer um pé de meia, conseguir uma poupança e voltar para o meu país.
Nestes anos de Japão, procurei economizar com tudo e ganhar o máximo de dinheiro que poderia ganhar. Só não economizei com comida, do resto fiz o que pude para guardar dinheiro.
Percebi no primeiro ano de Japão que os japoneses não tem uma boa vida. Sao escravos do trabalho, vivem para o trabalho e morrem pelo trabalho.
Compram casas, pagam uma fortuna em pequenos imóveis e no final de 30 anos tem apenas o terreno que conseguiram comprar. Precisam pagar para tudo, reformar o imóvel, pintar o imóvel e por ai vai.
Quando pensam em deixar herança para os filhos, o governo morde quase 45% do que sobrou em impostos limpando as esperanças dos herdeiros.
Tudo que aprendi foi porque um japonês amigo de trabalho me ensinou. Cheguei ao Japão sabendo falar e escrever bem japonês devido meus pais me ingressarem no NihonGakkou em meu país.
Tudo ficou mais fácil de compreender quando me tornei amigo de um japonês que tinha por foco de vida se aposentar e viver nas Filipinas, já era ele casado com uma Filipina.
Ele me deu boas dicas como ficar sem pagar impostos e ainda poder desfrutar de isenções em muitas ocasiões.
Logo primeiro ano, eu enviava todo dinheiro para meu país, diretamente na minha conta corrente e meu amigo japonês me disse que era para somar os envios e que cada dependente poderia ser abatido 380.000 desde que eu tivesse enviado este quantia.
Nos primeiros anos de Japão eu cheguei a ganhar mais de 7.500.000 por ano e enviar tudo para o meu país, ficando apenas com o pagamento do alojamento e alimentação. Não demorou para ter muitos dependentes declarados como meu amigo japonês também tinha.
Apenas disse aos meus parentes que precisa das certidões de nascimento e as traduzi por mim mesmo (sei japonês básico) e apresentei para a Receita Federal japonesa e foi aceita sem nenhum problema.
Estava eu errado? Claro que não, o próprio governo japonês aceitou porque a legislação permitia.
Eu me casei depois de 4 anos estando no Japão, trouxe minha esposa para o Japão, ela também consegui emprego e fazíamos o mesmo. Ela enviava todo o salário e declara seus dependentes.
Depois de 6 anos no Japão, confesso que nunca paguei imposto e minha esposa também estava isenta. Ela não podia ser minha dependente pela renda e tinha sua declaração feita em separado.
Quando ela engravidou, fez sua inscrição no Seguro nacional de saúde. O preço foi um pouco caro pela renda mas era necessário.
Quando casei, optei por fazer a inscrição num prédio publico municipal antigo com mensalidade barata. Em primeira consulta me disseram que pela renda não poderia me inscrever mas sendo estrangeiro disse que era muito difícil conseguir um avalista (isto é verdade) e por isto nos aceitaram.
Pagávamos o teto máximo de aluguel mas como era bem antigo nunca pagamos mais de 27.000 de aluguel mesmo sendo um 4DK. Este era nosso foco, juntar dinheiro.
Eu também mudei um pouco de investimento e comecei a investir no país de minha esposa e consegui mais dependentes que foram aceitos pelo governo, ficando mais uma vez livre de impostos. Foi muito bom poder ter 3 países para pensar em investir e fazer o dinheiro girar a meu favor.
Quando nasceu minha primeira filha, minha sogra veio para ajudar e conseguimos o visto de 1 ano para ela declarando que precisávamos de um familiar para ajudar.
Ela consegui o visto e ainda entrou como dependente no seguro saúde de minha esposa. Eu ainda fiquei mais de 1 ano sem entrar no seguro saúde e a previdência nacional não era obrigatória ou não era exigida pelo governo a nós estrangeiros.
Neste mesmo período, minha sogra fez todo o tratamento de saúde dela por conta do governo japonês dentro da lei, dentro do que a lei permitia. Só tenha a agradecer. Minha sogra conseguiu ficar no Japão por 4 anos.
Depois do nascimento de minha segunda filha também no Japão, achei melhor que minha esposa voltasse para seu país para ficar próximo dos imóveis que estamos construindo por lá. Ela como dependente ainda podia usar médicos no exterior e eu fazia o reembolso no Japão, também permitido por lei.
Continue a trabalhar e enviar todo o dinheiro para terminar nossos planos de ter uma renda em um país com o custo de vida baixo, o mesmo que nosso amigo japonês.
Sempre pensei em dar aos meus filhos a vida real de uma família de classe media alta e no Japão isto não seria possível.
Quando se fala em classe media no Japão, quase não encontramos pessoas nesta condições.
O que é engraçado no Japão é que as pessoas compram uma mercedes mesmo morando em um prédio publico ou em um apartamento minúsculo. Já em qualquer lugar do mundo as pessoas que compram um carro zero normalmente tem uma excelente casa, grande, tem condições de ter empregadas e até piscina. Já pensou se isto é possível no Japão?
Eu só vi falar em empregado domestico no Japão quando lia vaga aberta pra trabalhar na casa do Embaixador ou Cônsul dos países. Empregada domestica em casa de japonês tão difícil como achar estrangeiro de classe media no Japão.
Neste período de Japão fui aprendendo muitas coisas e consegui sair da fabrica e ganhar 3 vezes mais que ganhava sem muito esforço físico e foi a melhor coisa que fiz.
Recebendo dinheiro vivo, não precisa declarar, como autônomo podia controlar minha renda e mesmo declarando o mínimo não tinha problemas com a receita federal japonesa.
Comecei a viajar a cada 4 meses para o país de minha esposa e ela vinha a cada 2 meses para o Japão. Sempre portamos dinheiro vivo (apesar do perigo) era a melhor via para não pagar imposto nem na saída nem na entrada.
Com renda baixa, tudo ficou mais barato como seguro saúde e o valor do aluguel. Imposto não afetou mesmo porque nunca paguei mais do que 3000-5000 ienes por ano. Tudo conforme a lei.
Depois de 16 anos de Japão, estou saindo do Japão e indo para o país de minha esposa.
Meu amigo japonês tem planos de se aposentar em mais 2 anos e mudar também para lá.
Minha mulher e filhos vieram para o Japão desta ultima vez e fizeram um check up total e tratamento dentário, eu pagando seguro saúde de menos de 45.000 ienes para a família toda por ano e apenas 30% do custo do tratamento, ficando as crianças isentas de pagarem.
Estou saindo do Japão sem dividas de imposto, mesmo porque nunca paguei e sem nenhuma dividas de plano de saúde ou aluguel. Vou sair do Japão mas, tenho plano de voltar a cada 5-6 meses para negócios também.
Não irei devolver o apartamento publico onde moro, hoje pago aluguel de 12.500 por mês. Ainda tenho o plano de saúde nacional e posso votar quando quiser para o Japão porque tenho o visto permanente, o mesmo com minha mulher e filhos. Se precisar de um tratamento medico tenho o respaldo de ter o seguro saúde.
A melhor coisa que fiz foi parar de trabalhar em fabrica e ter meu próprio negocio. Ganho muito mais, pago muito menos imposto não preciso ficar achando dependentes como sempre fiz.
Fiquei pagando aluguel de casa no valor mínimo e o mesmo com o seguro saúde. Nos últimos 3 anos a previdência social foi obrigatória e não tive como sair desta nem pedir a restituição quando sair do Japão porque tenho visto permanente mas até ai pagar 16.000 por mês não é tã ruim assim quando não se paga nenhum outro imposto.
Porque não fico no Japão?
Seria uma burrice ficar num país onde o custo de vida é altíssimo e a educação mesmo sendo uma das melhores do mundo formam adultos programados para obedecer e serem subordinados a seus superiores sem nenhum questionamento.
Prefiro que meus filhos estudem num país que oferece o inglês e onde as crianças são avaliadas por suas atribuições e capacidades a serem consideras iguais e estarem na media pelo grupo como é no Japão.
Hoje vejo a quantidade de japoneses que tem família nos países da Asia como Filipinas, Indonesia, Singapura e Malásia. Os japoneses estão querendo que seus filhos sejam internacionais e aprendam outras culturas e serem mais do que robos do sistema que nao tem para onde correr, ora por medo de não conseguir nada fora do padrão japonês, ora por não conseguir fugir dos manuais.
Pesquise na fabrica onde você trabalha e veja se não vai encontrar um pai com filhos e a mulher vivendo no exterior. Posso afirmar que esta cheio. O grande problema é que ainda muitos estrangeiros que estão no Japão não conseguem conversar o japonês num nível de compreensão e indagação mais do que o usado no serviço.
Muito outros tão cegos e sem informação de mundo ficam simplesmente isolados dos acontecimentos mundiais e achando que fizeram a melhor opção de vida condicionando sua família a viver uma vida entre o nada e o quase nada.
Eu só tenho a agradecer o Japão, agradecer meu amigo japonês por me dar tantas dicas no momento correto e ao governo japonês por ter aceitado tudo dentro da lei.
Hoje sei que a lei mudou e tenta inibir quem deseja fazer o mesmo que fiz. Foi muito bom e divertido ficar no Japão mesmo sem ter pago imposto.
Sou um dekassegui assumido, sou um dekassegui que usou o beneficio da legislação a meu favor. Não tive uma vida de luxo e nunca paguei por ela mesmo porque de agora em diante vou aproveitar o que conseguir juntar no exterior em meu próprio país e no país de minha esposa.
As pessoas que escolheram o Japão para viver eu digo: Boa sorte mas não deixem seus filhos serem apenas mais no sistema, deem a eles a oportunidade de aprenderem uma outra cultura e não os deixem serem apenas mais um japonês que na verdade não passa de um estrangeiro que não conhece sua própria cultura.
Respeito todos, apenas estou escrevendo aquilo que para mim foi a melhor opção.
Pensei eu descrever o quanto consegui juntar em Dólares no meu país e no país de minha esposa, aproveitando cambio, aproveitando compra de imóveis e investimentos em ações e outras coisas contudo, isto não soma nada a ninguém.
Só posso dizer que hoje tenho condições suficiente de viver sem trabalhar, recebendo renda dos meus imóveis e ainda lucrando com japoneses que estão chegando em enormes quantidades no país de minha esposa depois de aposentados.
Para aqueles compatriotas que não tem nenhuma previsão de ganho na velhice, não fizeram um plano de aposentadoria seja em imóveis ou investimento não esqueçam que seus filhos não podem ficar bancando os pais.
Conheço já jovens estrangeiros do país de minha esposa que ingressaram no mercado de trabalho japonês e estão colocando os pais como dependentes no seguro saúde visto que os pais nem conseguem ganhar mais do que o mínimo por lei por estarem com idade avançada e outros impossibilitados de trabalhar em serviços pesado por problemas de saúde adquiridos no Japão e sem nenhum respaldo do governo.
Estrangeiros no Japão, assumem sua posição de dekassegui , pense e estude de tudo para ficar livre de imposto e use a cabeça para ter seu próprio negocio e não esqueçam de usar a possibilidade de investir em 2 ou 3 países para aqueles que ainda conseguiram casar com estrangeiras.
Japão é um país para japoneses, conseguir tem uma vida de classe media no Japão somente se você for um corretor de imóveis, um dono de empreiteira, um negociante de carro ou um empresário.
Classe media baixa no Japão são aqueles que pagam imposto para bancar uma grande parcela que vive recebendo ajudas do governo. Vejam que quem recebe ajudas são as famílias que não tem condições de garantir sua própria sobrevivência.
Receber muitas ajudas é estar condicionado a assim uma declaração de pobreza, uma declaração que diz: não tenho renda suficiente para bancar meus custo. Se pensar assim muitos enxergarão que o Japão não deu oportunidades, o Japão os tirou a oportunidade de serem vencedores.
Sorte e sucesso a todos.
By J.N.O – 44 anos.
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