O salario de um ajudante geral na Australia é por volta de 20 dólares por hora. No Japão um salário de 2000 a hora para tradutores que são licenciados é achar que se ganha muito ou estão apenas nivelando conhecimentos e competência com valor justo a ser ganho pela competência?
As pessoas no Japão se acostumam a viver numa vida de consumo, presas e limitadas a empresas que impõem salários apenas para as pessoas sobreviverem sem nenhum luxo – estamos no Japao, temos visto de trabalho, temos o “Green card japonês” (o mesmo que o green card americano que permite o trabalho legal no país) e precisamos desfrutar de todas as facilidades de um país de primeiro mundo, mais do que ter uma privada high tech ou um celular ultimo modelo.
O mesmo com a carga horária que um ser humano deve fazer: 8 horas de trabalho, 8 horas de sono e 8 horas para a família, alimentação e estudos e deslocamento para o trabalho.
Se pensarmos a fundo, ainda assim o trabalho fica com mais de 11 horas do nosso dia entre as refeições e deslocamento para o trabalho e trabalho casa. Entao para quem trabalha mais de 12 horas pode estar dedicando mais de 15 horas do seu dia para a empresa.
Para quem ganha 1400 ienes por hora, se pensar no tempo dedicado ao trabalho teríamos um salário muito menor do que o proposto pelas empresas. Exemplo 1400 ienes/hora x 8 horas/dia mais 3 horas extras totaliza total aproximado de 16.455 ienes por dia.
Pensando em 15 horas do dia dedicado a empresa teríamos 1.097 ienes por hora para ainda pagarmos o combustível de ida até a empresa e a alimentação por dia que temos que fazer para poder trabalhar.
Particularmente eu penso que o salário por hora seria menos de 990 ienes a hora ainda para se deduzir os impostos e obrigações providenciarias que as pessoas são obrigadas no Japão e ainda ter que pagar atendimentos médicos na proporção que a lei obriga, hoje em 30% passando para 40% ou 50% nos próximos anos simplesmente porque o governo não tem dinheiro para atender a demanda de despesas medicas e quem vai ter que pagar a conta é a sociedade japonesa e todos que vivem legalizados no Japão.
Pensar a fundo em certos assuntos pode ajudar a entender o porque trabalhamos, trabalhamos e não temos dinheiro ou ficamos limitados a ele. Para quem consegue juntar um pouco o preço da falta de presença na família ou afastamento dos filhos, muitos nem ao enterro dos pais podem ir. Este é o que se paga por querer trabalhar mais do que um simples ser humano deveria fazer.
Viver no Japão e não poder desfrutar de uma vida de um país de primeiro mundo é simplesmente esquecida por muitos estrangeiros que simplesmente comparam sua terra natal com o Japão.
Olhando por um prisma de comparar o Japao com um país de primeiro mundo onde realmente existe respeito a todos que trabalham legalmente, verificar que independente de idade todos tem as mesmas chances dependendo somente de sua vontade e competência agregada.
Percebemos que o Japao prende o sonhos das pessoas e as tira todas as possibilidades de poderem crescer tanto profissionalmente ou intelectualmente.
No Japão é muito difícil um trabalhador braçal tentar se capacitar simplesmente porque se não cumprir a carga horária de 12 horas não consegue se manter dentro do mínimo necessário para sua sobrevivência. Existem as raras exceções e temos que saber respeitar os que conseguem.
Vemos alguns poucos com êxito no Japao, principalmente aqueles que escolheram trabalhar por si só, sem fazer parte qualquer corporação. Uns com clientes japoneses outros ganhando ainda muito e muito com negócios dentro de sua própria comunidade.
Um velho ditado diz: “quando estamos trabalhando, não temos tempo para ganhar dinheiro”, apenas sobrevivemos.
Agora fica mais fácil de entender que os salários de 1400 ienes a hora na verdade são menos de 990 ienes ainda para serem deduzidos as obrigações trabalhistas e providenciarias. E aqueles que ganham 1000 a hora ou 950 ienes a hora? Fazer as contas agora ficou mais fácil.
Como diz um outro leitor em um comentário: “um cortador de cana brasileiro, chega no Japao, vai para uma fabrica para ser ainda cortador de cana e fica iludido com a chance de ter um carro básico e um iphone de ultimo modelo, ainda vive numa casa do governo, muitas velhas e mofadas e além dos impostos ainda paga aluguel para o governo visto que no Japao não existe nada de graça.”
Agora vai dizer para o cortador de cana que ele ainda corta cana no Japao, ele vai ficar bravo e xingar como se o serviço que ele executa fosse um trabalho que exige capacitacao profissional para ser executado.
O mais triste ainda é quando encontramos famílias que não conseguem se comunicar num mesmo nível – pais e filhos sem conhecimentos profundos ou na língua nata ou na língua japonesa. Aqui entra todos os estrangeiros que apenas terceirizam a escolarização dos seus filhos para as escolhas japonesas e não assumem sua parte em serem os principais educadores e professores de seus filhos.
Como dizem outro leitor: “para quem meu filho precisa de aprender o português se ele vai viver para sempre no Japão?” Aqui penso assim: seu filho precisa aprender sua língua natal para que voce pai possa conversar num mesmo nivel de compreensão ou entendimento com seu filho.
Será que voce pai domina o japonês neste nível de proficiência? Se domina ainda esta trabalhando numa empreiteira ou sendo um tradutor de outra empresa qualquer ganhando os 1400 ienes a hora?
Apenas questionar as pessoas neste sentido faz com que a “zona de conforto” seja invadida e mexe com muitos no sentido de avaliarem o quanto realmente vale seu “green card japonês”.
Desfrutar de uma boa qualidade de vida num país de primeiro mundo é mais do que ter um carro, ter um telefone ultima geração ou poder comer num fast-food qualquer sem qualidade na alimentação.
O consumismo no Japão prende as pessoas e as coloca numa “zona de conforto” que infelizmente as leva apenas a pensar no momento sem avaliar a próxima semana, todos apenas crêem que será melhor mesmo os salários não tendo aumento nos últimos 15 anos.
Hoje o salario de 8 horas no Japão para quem é trabalhador de qualquer empresa teria que ser pelo menos 340.000 ienes por mês para se igualar a país de primeiro mundo. Observem que até japoneses estranhariam e se assustam com este comentário. Eu vejo que os japoneses se acostumaram tanto com o sistema de exploração das empresas japoneses que perderam a noção de globalização e valorização das pessoas de primeiro mundo.
Avaliem e pensem como vivem os japoneses, o tipo de conforto e a alimentação que eles são condicionados a aceitarem sem reclamar. Greves? Protestos? Os poucos que acontecem hoje são escondidos pelos jornais e pela midia japonesa.
E voce, satisfeito com seu trabalho, salário e qualidade de vida? Conseguindo dedicar tempo todos os dias para fazer uma refeição junto de sua família e conseguindo ler ao menos um texto por dia para seus filhos depois do jantar? Conseguindo tomar um cafe da manha em família e participar de todas as atividades extras escolares das crianças nos finais de semana? Consegue trocar ideias num mesmo nível de compreensão com seu filho adolescente que esta prestes a entrar na faculdade ou parar os estudos para iniciar a vida de trabalho?
Este é o Japao interessante!
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By Connexion.tokyo Team
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