Uma matéria boa de ler e questionar: qual a importância dos trabalhadores brasileiros e latino americanos para as empresas no Japão?
Eu li em um blog de uma grande mídia para os trabalhadores estrangeiros sul-americanos uma matéria com a este respeito e fiquei indignado com a tentativa subliminar de coação à comunidade latina americana.
A tentativa de desqualificação e de comparação da mão de obra dos trabalhadores brasileiros e sul-americanos é nítida na mídia local, assim como o reforço de que as empreiteiras podem escolher entre japoneses e estrangeiros como seus funcionários.
Sempre a mídia local agiu e age com terrorismo subliminar, sempre jogou com matérias a fazer as pessoas terem medo de suas posições, e colocando instabilidade onde existe uma grande demanda por mão de obra.
É nítida a falta de mão de obra em muitas regiões industriais onde ainda a preferência de mão de obra latina é predominante.
Em partes do texto, o autor se refere aos nikkeys como nômades, levados de acordo com a brisa por interesse de serviços melhores e falta de comprometimento de alguns que causam prejuízos e incertezas às empresas.
Aqui, questiono se realmente os empregados são levados de acordo com o vento ou mudam de empregos apenas pelo motivo de serem explorados, enganados e não terem os mínimos direitos respeitados pelas empreiteiras.
Os trabalhadores nikkeys na sua grande maioria já deixaram de ser nômades; existem muitas e muitas famílias já vivendo com raízes fixas em varias regiões, têm seus filhos estudando em escolas japonesas e não se podem dar ao luxo de serem nômades.
O autor simplesmente ignora o fato de que para os trabalhadores que recebem visto de asiáticos estagiários os salários não chegam a 1.000 ienes/hora de trabalho, outros nem ganham salários, assim, vivendo como escravos por dívidas assumidas em seu país com intermediadores. É só ver as reportagens que essa mesma mídia trás; aqui, uma contradição de informações. Eu gostei deste fato, mostra justamente a intenção de amedrontar os trabalhadores sul-americanos.
Os trabalhadores sul-americanos não trabalham por menos de 1.200 ienes/hora a muito tempo, salvo serviços para mulheres.
Dizer que mais de 131.000 trabalhadores japoneses migraram de empregos fixos para empregos temporários é uma boa justificativa, mas dizer qual o setor que houve a maior mudança desses trabalhadores, isto, não foi dito. Sempre em posições e cargos que nunca foram abertos para disputa com trabalhadores latinos, a exemplo dos serviços administrativos de atendimento direto ao público.
Ainda em serviços em chão de fábrica – serviços difíceis com longa jornada de trabalho – a preferência por trabalhadores latinos americanos é muito grande e quase não existe concorrência.
Fico a perguntar: aonde o autor e sua empresa deseja chegar? Apenas criar um paliativo para dizer que “fiquem quietos e não exijam muito, vocês podem perder lugar para os novos estagiários ou para os japoneses.”
Uma grande mentira, uma grande tentativa de confundir a comunidade, apresentando com ênfase que “as empreiteiras hoje ainda podem escolher”. Mentira, a cada dia que passa as empreiteiras estão tendo que respeitar mais os funcionários para não perder seus contratos com as empresas.
A cada dia que passa os trabalhadores latinos americanos estão avaliando se compensa ou não trabalhar e não sendo obrigados a aceitar as arbitrariedades das empreiteiras que exploram seus trabalhadores.
Hoje já se sabe que quando uma empreiteira tem muitas reclamações junto ao Ministério do Trabalho, a empresa contratante já começa a ser incomodada, coisa que até tempos atrás tudo era abafado.
Outra informação destorcida é a que “sindicatos excluem participação de empregados com contratos temporários”. Cada grupo de empregados podem criar dentro de suas empresas seus próprios sindicatos e os grandes sindicatos podem dar total suporte a estes grupos menores, pois esta é a finalidade dos sindicatos.
Promover informação condizente com a realidade pode fazer com que os trabalhadores latinos americanos correram e se informem sobre como se sindicalizar, com isso acarretando muitos problemas ao seus patrocinadores, então, as mídias locais oferecem informações desencontradas.
Já é nítido um desespero acelerado em querer criar situações porque a comunidade sul americana está a cada dia se informando, buscando conhecimento e exigindo o mínimo dos Direitos Trabalhistas.
Ainda terei que trazer muitos outros temas em confronto com os que circulam na mídia local para mostrar o lado de onde está a verdade, e mostrar à todos que palavras são escritas e podem ter várias maneiras de se interpretar.
Eu não conheço trabalhadores estrangeiros que ainda consigam competir com a mão de obra sul-americana. E isto é o que todos nós sabemos.
Compartilhem e comente as matérias que vocês mais se identificam, e não fiquem reféns de notícias que os limitam a exploração e condições de trabalhos imposta por empresas desonestas.
Onde estão os asiáticos estagiários ou japoneses para as empreiteiras colocarem no lugar dos trabalhadores sul-americanos? Responder a isto é muito mais difícil do que responder a “por que contratar estrangeiros com dificuldade em se comunicar se posso ter japoneses pelas mesmas condições?”
Não se deixem levar, continuem a buscar todos os direitos que compete as empresas cumprir como deveres, não aceitem redução de salário, comecem a pensar em fazer suas reuniões e parcerias com sindicatos que podem somar conhecimento a todos. Nunca esqueçam da responsabilidade de serem sábios.
By Connexion.tokyo
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