Tenho observado e refletido bastante do quanto o Japão é um país solitário, o que acaba tornando-se triste, pelo menos para mim.
A tecnologia invade as pessoas de tal forma, que em todo lugar o celular toma conta de seu tempo, ao invés de colegas que estão contigo. É comum e irritante observar jovens, casais, em mesa de restaurantes, ao invés de falarem, mexerem em seus aparelhos.
A solidão dos idosos que talvez não tenham mais família ou tenham, mas o convívio não deva ser caloroso como estou acostumada, e passam o dia todo gastando dinheiro em cassinos. Há os que chegam de manhã e só vão embora tarde da noite.
As conveniências que mostram muitos trabalhadores indo comprar sua comida, dando uma espiada em revistas, porque talvez é o que lhe reste para o fim deste dia. Ou aquele que estaciona seu carro para ficar assistindo tv, pois talvez ainda não queira retornar ao silêncio de seus cômodos.
Muitos restaurantes com aqueles que comem sozinhos, calados, de frente para a parede, talvez porque já se acostumou com a solidão como companhia.
Idosos que tentam amenizar a dor da solidão encontrando-se diariamente e praticando esporte. Fico feliz porque ali pelo menos há interação social, jogam, divertem-se, fazem piquenique, diariamente!!!!!!
Crianças que sofrem bullying e, não suportando tal afronta, optam por tirarem suas vidas.
Pais que deixam seus filhos sozinhos em casa (aqui isso é normal!), e aproveitando deste descuido, ela acaba se machucando ou acabando com sua vida.
A loucura aqui também é assustadora. Não se vê esse tipo de notícia todo dia, mas é comum ouvir que um tirou a vida do outro porque queria saber como era, ou porque estava com vontade de matar naquele dia, ou matou simplesmente porque o vizinho fez barulho e o incomodou.
Índice de depressão e dependência química aqui também é consideravelmente alto.
Infelizmente tabaco lidera, aqui ainda pode fumar em ambientes fechados, o que incentiva ainda mais esse consumo.
Talvez seja este o meu pontapé inicial de grandes feitos se tornarem realidade.
Meu contato com brasileiros foi praticamente zero neste primeiro momento, mas sei que existem Ong’s voltada para nós: grupo de pais com filhos autistas, projetos bacanas, médicos e psicólogos que atendem em consulado, que prestam auxílio aos que aqui residem e sofrem muito com a distância de seus familiares e com a dificuldade de residir em um local frio em sentido climático e figurado.
Tenho sede de muitas coisas, ainda tudo confuso na cabeça…talvez eu precise de mais alguns meses para identificar qual será meu pontapé inicial…meu real propósito aqui….que tudo partirá de um trabalho doador, não tenho dúvidas, mas agora resta-me saber para quem!
Quando escolhi o desafio de me arriscar em outro continente, seria para fazer a diferença! Em meu regresso para cá, dentro de alguns meses, com certeza virei com a garra e a coragem….quem sabe ser uma fresta de luz aos que já não mais enxergam o chão onde pisa, ou o estímulo aos que encontram impulso em drogas lícitas (e ilícitas) para ver outras possibilidades, se não essa….
Refletindo e buscando um gás….aceito ideias!!!!!
By Connexion.tokyo Team
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