Há uma semana o mundo conheceu o jovem nigeriano Ufot Ekong, engenheiro elétrico recém formado pela Universidade de Tokai, em Tóquio, que obteve as melhores notas da instituição nos últimos 50 anos. E não é só isto. Ekong conseguiu uma façanha ainda maior: solucionar uma equação matemática que há trinta anos estava quebrando a cabeça de professores e estudantes japoneses. Sim, a tal equação foi solucionada por um negro oriundo de um país pobre, situado no continente mais miserável do planeta.

Atualmente, Ekong trabalha na Nissan Motors, onde está desenvolvendo projetos relacionados a carros elétricos. Ele já havia sido premiado por projetos na área de engenharia elétrica. Certamente, Ufot Ekong é um caso que precisa ser estudado de perto. Infelizmente, ainda não consegui obter informações sobre a trajetória estudantil do jovem nigeriano antes de ele ingressar na universidade japonesa. Gostaria de saber como foi sua infância na Nigéria, sua origem familiar, suas dificuldades, enfim, quais outras lições poderia tirar desse brilhante rapaz.

Ao ler as inúmeras matérias que circularam na rede sobre o jovem Ekong, acabei me lembrando da impressionante história do neurocirurgião pediatra Benjamim Carson. Ben Carson, como é mais conhecido, é um forte candidato à disputa presidencial dos Estados Unidos pelo partido Republicano nas eleições de 2016.

Um homem competente, considerado o maior neurocirurgião pediatra da história, também é negro, de origem pobre e que sofreu discriminação nas escolas onde estudou. O filme “Mãos Talentosas” fora baseado na vida de Ben Carson. Quando criança, mesmo sofrendo discriminação por causa de sua cor, já era destaque em sala de aula, pois era o primeiro a levantar a mão, seja para questionar ou para oferecer respostas aos questionamentos dos professores.

E qual foi o caminho para isto?

Sua mãe, Sônia Carson, quando Benjamim ainda estava no primário, determinou um rígido e sistemático programa de leitura de livros seguido de resumos, os quais deveriam ser apresentados diariamente a ela. A Sra. Carson dizia ao filho: “se podes ler, poderá ser o que bem quiser neste vida”. E assim foi. Ben Carson, um menino pobre que se tornou um dos médicos mais respeitados do mundo, e agora é pré-candidato às eleições presidenciais dos EUA.

Anos mais tarde, depois de ter se transformado num “viciado” em leitura e em programas de Quiz, Ben Carson descobriu que sua amada mãe era uma semi-analfabeta. Mas o que importa? A sábia Sra. Carson, por experiência própria, tinha certeza que aquilo que lhe fazia falta seria a chave para as conquistas que o filho viria a alcançar nesta vida.

Certamente, temos nestas duas histórias, na de Ekong e na de Carson, inspiração para a Educação dos nossos filhos.

Quão bom e quão maravilhoso seria se os pais estimulassem os filhos à leitura, à produção escrita, iniciando com pequenos resumos das leituras ou relatos do cotidiano. Já seria um início importante para o desenvolvimento da capacidade de pensar e evoluir da criança.

Os pais não podem simplesmente terceirizar o futuro dos filhos nas mãos das instituições de ensino enquanto se preocupam mais com redes sociais, no caso das mães, participando de grupos e mais grupos e se esquecendo do principal. O mesmo vale para os pais — aqui, os homens; muitos se preocupam com games, carros, PC e outros divertimentos e se esquecem da Educação dos filhos. E quando falo de Educação, falo da que vem do lar, da que vem da família reunida à mesa, com dialogo e amor. Não confundam ensino escolar com Educação, por favor.

Os pais precisam agregar algo a mais no desenvolvimento intelectual dos filhos. Podem começar por programas de leituras no lar, incentivando os filhos a fazerem leituras de reportagens e pedindo-lhes que expliquem oralmente o conteúdo das mesmas. Podem também solicitar pequenas redações — com escrita espontânea mesmo, sem ficar, a princípio, exigindo o cumprimento das regras ortográficas — sobre diversos temas, a fim de incentivar o desenvolvimento da capacidade de expressão verbal escrita dos filhos.

É preciso que os pais tomem as rédeas na formação dos filhos como ‘livres-pensadores’ e parem de ficar dependendo única e exclusivamente do sistema escolar e dos professores.

Enfim, Ufot Ekong e Benjamim Carson estão aí, em reportagens e no cinema, para que estudemos e aprendamos com suas respectivas histórias de conquistas, e, principalmente, com suas trajetórias — ainda espero conhecer melhor a trajetória do jovem Ekong.

Que possamos reconhecer o poder da leitura iniciada desde tenra idade.

Um forte abraço!

By Connexion.tokyo Team

Curta nossa pagina no FB clicando aqui, indique a seus amigos…