Os brasileiros que dizem que viverão definitivamente no Japão diferenciam-se em seis grupos.
O primeiro é constituído por aqueles que gostam do país; para alguns deste grupo, o simples fato de residirem num país de primeiro mundo, operar máquinas numa indústria de ponta, poder ter IPhone, Fit, Prius, é considerado o ápice da autorrealização; se conseguirem financiar casa e tiver um afago do chefe então, já estão no paraíso na terra.
O segundo é constituído por aqueles que tiveram suas vidas marcadas pela violência no Brasil; prezam pela segurança, e tentam reconstruir suas vidas num país mais seguro.
O terceiro é constituído por aqueles que se integraram à sociedade e à cultura japonesa; têm domínio do idioma, estudaram aqui, ou até mesmo são cônjuges de nativos, obtiveram mobilidade social; estes nem cogitam decidir entre lá e cá, simplesmente vivem imersos na sociedade local.
O quarto grupo, e este é delicado, é constituído por pessoas que não tiveram as vidas marcadas pela violência no Brasil, não estão imersos na sociedade japonesa, toleram o Japão, mas como não tiveram conquistas suficientes para apresentar aos parentes e amigos no Brasil — qualquer coisa que no entendimento deles justifique a vinda para cá —, simplesmente não retornão; dizem que não irão retornar mais e alegam que é por causa da “violência”.
O quinto grupo é formado por pessoas presas a outros, pessoas que estão sob a orientação espiritual de alguém que lhes disse que não é para retornar ao Brasil, que não é da “vontade de Deus”, que o lugar deles é aqui e fim de papo; estes tiveram suas vontades abduzidas e seguem num verdadeiro ‘walking dead’, fazendo a vontade dos outros que se assenhoraram deles.
O sexto e último grupo são daqueles que não se integraram a sociedade japonesa, mas, de contrapartida, estão muito bem situados na comunidade brasileira; são as lideranças, empresários e os que dominam os demais, como é o caso de alguns líderes religiosos. Estes ficarão aqui porque “em terra de cego, quem tem um olho é rei”, e ninguém quer perder a majestade.
By (M. M.)
Connexion.tokyo Team
PS. “O terceiro é constituído por aqueles que se integraram à sociedade e à cultura japonesa; têm domínio do idioma, estudaram aqui, ou até mesmo são cônjuges de nativos, obtiveram mobilidade social; estes nem cogitam decidir entre lá e cá, simplesmente vivem imersos na sociedade local.” – onde você lê “mobilidade social” é justo a parte que define aqueles que estão vencendo, integrado à sociedade.
Ler 2 vezes e com calma ajuda a centrar as ideias no foco do texto.